Filed under: poesia
Querer resolver a vida
é em si um problema
atado num nó cego
algo absurdo como
matar a sede com
água do mar ou
tentar caminhar
de pernas para o ar.
Não se pode resolver
como a uma equação
difícil e talvez o máximo
a fazer é realmente
desenrolar o novelo com
um pouco de paciência,
um pouco de esperança,
um pouco de loucura.
Claro: loucura.
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Pego nos binóculos
para ver a cassiopeia
a barbatana da baleia
alguma coisa muito
distante daqui onde
me encontro na
esperança de enfim
te encontrar.
Há o topo da floresta
o fundo do oceano
o interior da caverna
aquela ínfima porção
de terra no centro
do lago a perder de
vista. Sempre falaste
do encanto de uma
pequena ilha
à deriva
como
eu.
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Ensinou-me hoje um taxista
que por vezes basta abrir
a janela do carro
– Para quê?
abrir os olhos contra o vento
não, foi a favor
– Abrir a favor do vento.