tempestade
Outubro 26, 2016, 8:21 am
Filed under: poesia
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Aqui as crianças gritam
quando há tempestade
como todas as crianças
e também nós por dentro
ou talvez mais porque
os trovões são chicotes
que tocam as raízes da terra
e a luz maior.
Ninguém manda as crianças
entrarem em casa
ninguém
aqui gritam na rua debaixo da
trovoada violenta, o rosto
molhado encarando o céu
a chuva a escuridão acesa
com medo e ousadia.
Ninguém acelera o passo
quando o céu de cá
está zangado e há
um raio a rasgar
a noite inteira.
Gosto de tempestades
porque contra elas somos
todos finitos.
Aqui somos mais finitos.
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